O Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) tornou indispensável a presença dos airbags frontais, aquelas bolsas infláveis que, em caso de acidente, evitam o impacto direto de motorista e passageiro do banco dianteiro contra o volante ou painel do veículo.
Por enquanto, a resolução 311/2009 do Contran (Conselho do Denatran) obriga apenas a instalação dos dispositivos frontais. Eles ficam sob o volante (no caso do motorista) e o painel (passageiro), e servem para prevenir traumas cranianos, faciais e da parte superior do corpo.
Não é o ideal (são necessários mais airbags), mas se trata de medida importante. Atualmente, o Brasil é um dos países que mais contabilizam mortes no trânsito -- cerca de 35 mil por ano, ou 17,5 a cada 100 mil habitantes, de acordo com o Cesvi (Centro de Experimentação e Segurança Viária) -- e há várias explicações para isso: o mau comportamento dos motoristas brasileiros, a baixa qualidade de nossa malha rodoviária e, também, a frágil segurança de nossos automóveis.
Os airbags agem para minorar pequena parte desse problema. Segundo o Cesvi, se instalado em todos os automóveis e comerciais leves de nossa frota, o dispositivo teria potencial para evitar pelo menos 1,5% das mortes em nossas vias, e amenizar cerca de 10 mil ferimentos causados por colisões. "Pode não parecer muito, mas, em se tratando de acidentes graves, são números consideráveis", ressalta Oliver Schulze, membro da comissão de segurança veicular da SAE Brasil, uma associação de engenheiros automotivos. Mas, apesar de a definição como "item de segurança passiva" (em que não há interferência humana no funcionamento) sugerir o contrário, o dispositivo não funciona plenamente sem a colaboração de quem está no automóvel. Adotar postura adequada dentro de um carro é condição indispensável para que o item cumpra seu papel da maneira mais eficaz possível, mesmo em acidentes aparentemente "inofensivos". Confira algumas dicas:
NEM COM A CARA NO VIDRO, NEM COM O BANCO DEITADO - A posição do motorista ou passageiro em relação ao painel do carro interfere diretamente no funcionamento do airbag, o ideal é que o indivíduo esteja a aproximadamente 25 centímetros do módulo, com alguns centímetros de tolerância para que seja confortável manusear o volante e acionar os pedais com os pés.
Embora o sensor seja programado a calcular essa distância, reduzindo o tempo de acionamento em situações especiais, a vítima que estiver demasiadamente perto do painel pode não pegar o airbag no meio do processo de deflagração durante o impacto. Já em um cenário oposto -- ou seja, quando o banco está muito afastado ou "deitado" -- o ocupante tende a sofrer do chamado "efeito submarino", que é quando o corpo desliza pelo cinto e fica preso pelo pescoço, provocando traumas cervicais e até morte por asfixia.
O CINTO É BOM COMPANHEIRO, DESDE QUE BEM AJUSTADO - Andar sem o cinto de segurança é praticamente anular os efeitos do airbag. Os dois itens são muito mais eficazes quando combinados. O próprio cinto pode causar traumas graves se posicionado de forma incorreta junto ao corpo. Ele tem que passar em diagonal pelo ombro e abdômen. Se ficar na altura do pescoço, pode provocar traumas na traqueia no momento do impacto; se estiver muito baixo, potencializa deslocamento de clavícula e ombro
É mais fácil ajustar a posição em veículos com regulagem de altura dos bancos e dos cintos, especialmente para as crianças ou adultos mais baixos. Caso o seu não tenha, uma almofada de apoio ou assento de elevação podem resolver o problema. E nada de usar presilhas para afrouxar o cinto. Além de prejudicarem sua ação numa emergência, essas peças são proibidas por lei.
PAINEL NÃO É APOIO PARA OS PÉS - Em viagens longas, quando a falta de espaço e de movimentação começam a incomodar, é comum ver passageiros usando o painel dianteiro como apoio para os pés. Entre todos os itens aqui citados, este é de longe o mais perigoso. No caso de um acidente, as pernas estarão totalmente vulneráveis à deformação do habitáculo e à própria força de disparo do airbag, além de absorver os "trancos" do corpo contra o painel.
TIPOS
Além dos airbags frontais, também já estão bem disseminados no mercado os laterais, de joelho e cortina. Algumas montadoras já desenvolvem outros tipos, como a bolsa externa para pedestres do Volvo V40, o airbag central da GM e o cinto de segurança inflável recentemente patenteado pela Ford, já anunciado para as atuais gerações do muscle Mustang e do crossover Edge.
Fonte: http://carros.uol.com.br/